Assim, preso dentro de si, permanece aquele que não busca. O mesmo que estará presente, mesmo que sem sentir, quando a madeira fechar seu leito. Sem a busca não haverá de alcançar. Voltar-se para um universo luminoso implica turbar sua mais particular essência. O simples existir, enrustido em uma estrutura física humana, causa a sombra de uma verdade que impede  a legitimidade virtuosa de um ser que é único. Buscar é uma bifurcação que separa o caminho do homem. Qual a estrada você deve percorrer para encontrar você mesmo? 
Existir de dentro para fora exprimi à vida, igualmente uma criança nasce do ventre e alcança o mundo externo. O homem civilizado é um ser externo. Emprega sua capacidade de ser em absorção, desenvolve-se sustentado por seu próprio auxilio no “desenvolvimento” do mundo que sente e vive. A capacidade de construção do homem está voltada para o ambiente. Um homem, que se acomoda com o ambiente, em sua falta de sentido próprio. A existência de uma essência talvez seja a maior indagação filosófica. Por a existência de uma essência em evidência não causa sua busca. A busca não deve ser alvo de uma investigação ampla ou minuciosa, a busca acontece em pequenos fragmentos da vida através de uma felicidade espontânea, espiritual. Existir de dentro para fora é a própria busca.
Existir de fora para dentro é ser para o mundo, é negar a existência interior. A absorção do mundo externo não implica uma existência, não implica na busca. Absorver é negar o desenvolvimento interior, desenvolvimento único do ser. Contudo, o existir de fora para dentro não impede o desenvolvimento de dentro para fora. Assim a certeza do fim inevitavelmente não antepara o novo para o mundo. O ser interno e particular como algo único, passível do existir de dentro para fora. Não ser único é absorver e, portanto existir de fora para dentro.
A legitimidade de ser único leva à libertação do ser e necessita padecer no próprio ser, em busca de uma legitimidade própria, particular. Árduo é o caminho para aqueles que vivem dentro de si, e não presenteiam a vida com sua virtude interior. Fazer de si a vida e não fazer da vida o mundo.
Anos após abandonar este espaço, resolvi voltar. Acredito nas palavras, no diálogo. Desde a última publicação neste blog ocorreram mudanças em minha vida. Hoje me considero uma pessoa mais disciplinada e menos displicente. Não posso afirmar quais os motivos que me deixaram assim. Hoje não mais estudante de jornalismo resolvi apostar na subjetividade, me bacharelando um psicólogo faço um investimento nas raízes do homem, e me dedico no “porque” das mudanças culturais, sociais e psicológicas do indivíduo. Agrada-me buscar a subjetividade, o lado oculto das ações e comportamentos. Mas minha biografia não é o objetivo do blog.