sábado, 15 de outubro de 2011

Ressalva Interna

nAssim, preso dentro de si, permanece aquele que não busca. O mesmo que estará presente, mesmo que sem sentir, quando a madeira fechar seu leito. Sem a busca não haverá de alcançar. Voltar-se para um universo luminoso implica turbar sua mais particular essência. O simples existir, enrustido em uma estrutura física humana, causa a sombra de uma verdade que impede  a legitimidade virtuosa de um ser que é único. Buscar é uma bifurcação que separa o caminho do homem. Qual a estrada você deve percorrer para encontrar você mesmo?

Existir de dentro para fora exprimi à vida, igualmente uma criança nasce do ventre e alcança o mundo externo. O homem civilizado é um ser externo. Emprega sua capacidade de ser em absorção, desenvolve-se sustentado por seu próprio auxilio no “desenvolvimento” do mundo que sente e vive. A capacidade de construção do homem está voltada para o ambiente. Um homem, que se acomoda com o ambiente, em sua falta de sentido próprio. A existência de uma essência talvez seja a maior indagação filosófica. Por a existência de uma essência em evidência não causa sua busca. A busca não deve ser alvo de uma investigação ampla ou minuciosa, a busca acontece em pequenos fragmentos da vida através de uma felicidade espontânea, espiritual. Existir de dentro para fora é a própria busca.

Existir de fora para dentro é ser para o mundo, é negar a existência interior. A absorção do mundo externo não implica uma existência, não implica na busca. Absorver é negar o desenvolvimento interior, desenvolvimento único do ser. Contudo, o existir de fora para dentro não impede o desenvolvimento de dentro para fora. Assim a certeza do fim inevitavelmente não antepara o novo para o mundo. O ser interno e particular como algo único, passível do existir de dentro para fora. Não ser único é absorver e, portanto existir de fora para dentro.

A legitimidade de ser único leva à libertação do ser e necessita padecer no próprio ser, em busca de uma legitimidade própria, particular. Árduo é o caminho para aqueles que vivem dentro de si, e não presenteiam a vida com sua virtude interior. Fazer de si a vida e não fazer da vida o mundo.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Pensamentos Subjetivos

Anos após abandonar este espaço, resolvi voltar. Acredito nas palavras, no diálogo. Desde a última publicação neste blog ocorreram mudanças em minha vida. Hoje me considero uma pessoa mais disciplinada e menos displicente. Não posso afirmar quais os motivos que me deixaram assim. Hoje não mais estudante de jornalismo resolvi apostar na subjetividade, me bacharelando um psicólogo faço um investimento nas raízes do homem, e me dedico no “porque” das mudanças culturais, sociais e psicológicas do indivíduo. Agrada-me buscar a subjetividade, o lado oculto das ações e comportamentos. Mas minha biografia não é o objetivo do blog.

Não esperem uma volta digna de um Nobel. Estas linhas são apenas a introdução de um recomeço. Uma união entre a palavra e o homem que pretendo estabelecer sendo apenas um instrumento. As palavras não foram feitas para quem escreve, foram feitas para quem as lê. A escrita é uma prática, a leitura é uma assimilação de ideias e fonte para a criação das mesmas. A exposição de minhas ideias estará inevitavelmente sujeitas à análise do leitor. Mesmo que este não seja o objetivo da minha grafia. O apelo que faço à você que me lê envolve sua própria conclusão. Não me interprete ou me conheça, apenas use minhas palavras como uma ferramenta para abastecer sua própria compreensão da subjetividade. Busque a particularidade dos pensamentos.

Meu compromisso com você não será estipulado por datas. Meu compromisso será apenas de descarregar as letras que se acumulam em pensamentos. Desde já agradeço a oportunidade de publicar as primeiras linhas de um novo começo em um velho espaço em que a subjetividade será a principal característica. Buscar a subjetividade. Obrigado.